Fonte: Reuters/Carbono Brasil
Autor: Alyster Doyle
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Imagem: infoescola.com.br |
A Noruega incitou as nações desenvolvidas, na quinta-feira, a assumirem riscos e pagarem para que haja um desmatamento mais lento nos países emergentes, afirmando que dificilmente restaria alguma árvore no Congo se os doadores esperassem a corrupção ser erradicada. O ministro do meio ambiente, Erik Solheim, também reiterou que a Indonésia deve impor uma moratória rígida de dois anos a novos desmatamentos florestais, para ajudar a implantar o acordo de US$ 1 bilhão assinado em Oslo em 2010.
A Noruega controla os projetos para proteger as florestas tropicais, como parte de uma meta da ONU de reduzir as mudanças climáticas. As árvores absorvem gases do efeito estufa (GEEs) à medida que crescem, e os liberam quando são queimadas ou se decompõem. “A Noruega não quer fazer isso sozinha. Se acabarmos sendo os únicos – ou os maiores – contribuintes financeiros será um fracasso” garantiu o ministro em um seminário.
Solheim disse que os doadores têm que aceitar os riscos de projetos difíceis de monitorar, como perdas devido à corrupção nas nações em desenvolvimento ou o fato de que as negociações da ONU podem falhar em firmar um pacto para combater o aquecimento global que poderia criar um mercado de carbono florestal.
“Se nós esperarmos até que o Congo seja como a Suíça – também há corrupção na Suíça, mas muito menos – dificilmente haverá alguma árvore sobrando”, assegurou.
“Muitos outros doadores deveriam ser parceiros”, protestou. Diferentemente de outras nações desenvolvidas que lutam contra déficits no orçamento, a Noruega tem um fundo de US$585 bilhões da receita do petróleo para seus 4,8 milhões de habitantes – mais de US$ 100 mil para cada um.